A procura por vagas no mercado de trabalho aumentou na média dos 39 municípios da região metropolitana de São Paulo, no primeiro trimestre deste ano, em um movimento considerado atípico e que provocou maior impacto na taxa de desemprego no conjunto das seis regiões onde é feita a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), conduzida pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

De acordo com a pesquisa, a taxa de desemprego aumentou no conjunto das seis regiões pesquisadas, passando de 10,3%, em fevereiro, para 11%, em março. Segundo a PED, a taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo subiu de 10,6% (fevereiro) para 11,5% (março). O nível de ocupação teve queda de 0,5%, com a supressão de 46 mil postos de trabalho. Inversamente, cresceu em 0,5% o total de concorrentes a uma das vagas, somando 59 mil pessoas.

O coordenador técnico da pesquisa pela Fundação Seade, Alexandre Loloian, informou que, tradicionalmente, as ofertas diminuem nesse período. “O incomum é crescer a disputa no mercado”, observou o economista. Sempre há mais gente na força de trabalho, segundo ele, quando há restrição de orçamento familiar, o que leva à necessidade de um ou mais integrantes da família procurar atividade remunerada. Isso também ocorre, conforme explicou, em momentos de economia aquecida, em que mais pessoas saem em busca de um bom emprego.

Loloian informou que apesar de o rendimento médio dos ocupados ter aumentado em 1,4% entre janeiro e fevereiro, atingindo R$ 1.883,00, o valor está 10% menor do que em 2000. Para os assalariados, houve correção de 1,1%, com o valor médio subindo para R$ 1.886,00.

Na média das seis regiões pesquisadas (São Paulo, Salvador, Recife, Porto Alegre, Fortaleza e Belo Horizonte) os ocupados conseguiram 0,8% de alta, alcançando R$ 1.689,00, e os assalariados alcançaram aumento de 0,7% passando para R$ 1.710,00.

A economista Ana Maria Belavenuto, do Dieese, esclareceu que o desempenho de São Paulo acaba exercendo forte peso sobre o resultado do conjunto das seis regiões, que também apresentou elevação na taxa de desemprego (de 10,3% para 11%). Apenas o segmento de serviços contratou mais do que demitiu, com um excedente de 2 mil postos sobre fevereiro, o que é considerado, tecnicamente, estável.

Já no acumulado de 12 meses, das 203 mil ofertas criadas, 134 mil ocorreram nos serviços, onde a geração aumentou 1,3%. Mas foi o setor da construção que mais ampliou vagas: 3,4% com 49 mil postos. Entre março de 2013 e março deste ano, o total de ocupados aumentou em 1,1%, somando 18,7 milhões, número 0,7% abaixo de fevereiro. O contingente de desempregados cresceu 2,1% atingindo 2,294 milhões. Para a economista do Dieese, o mercado de trabalho ao longo do ano “não deve ser tão ruim, mas também não será maravilhoso”.

Fonte: Agência Brasil